quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

O lento desmoronar de uma vida...

Noutros tempos a vida era diferente. Outro regime político,   depois uma revolução dita dos cravos,  com todas as implicações que tal transição traz consigo. Antes da tal revolução trabalhei eu na empresa Sorel,  em Angola, naquele que foi,  de facto,  o meu primeiro posto de trabalho. Foram 15 anos de dedicação e zelo no desempenho das minhs funções. Não pretendo o auto-elogio,  mas apenas constatar factos que,  envolvendo a minha pessoa, são verdadeiros e comprovados por documentos. Quando hoje tanto se fala em corrupção não deixo de sentir orgulho num passado que vejo como exemplar e que se reflete no presente de consciência  tranquila. Dirão alguns "lá está este tipo a gabar-se outra vez". Mas, também,  se não nos apreciarmos a nós próprios,  mostrando satisfação pelo trabalho e postura,  quem o fará ?





Entretanto a vida prosseguiu  depois da Sorel. Mantendo sempre a mesma postura,  passei por outras casas onde procurei sempre dar o melhor,  afirmação que pode ser comprovada documentalmente. Quis o destino que,  infelizmente,  este percurso se visse


interrompido por razões de saúde. Este é  um  factor  que,  como todos sabemos,  é impossivel de controle e  previsão a  100%. É frequente, apesar de todos os cuidados que possamos  ter,  mantendo uma vida saudável e regrada,  surgir uma má notícia que faz desmoronar toda uma vida. Foi o que me sucedeu quando laborava no extinto Banco Pinto & Sotto Mayor. Por alturas do já longínquo ano de 1980, vi-me afectado por maleitas que impediam  o meu habitual e melhor desempenho. Nessa altura,  o mundo pareceu desabar a meus pés. Uma incompatibilidade com o gerente levou a uma queixa apresentada por este em  que invocava o meu estado de saúde como justificação para o meu afastamento compulsivo. Tal foi completamente recusado pela Administração do Banco  que recomendou que fossem efectuados os tratamentos necessários com vista à minha recuperação,  sem prejuízo da minha posição laboral. Isto,  refira-se,  recolheu o apoio dos demais Colegas.

Assim, o que parecia o desmoronar,  converteu-se numa manifestação de apoio que mitigou a tristeza pelo estado de saúde menos bom.

Apesar do que muitas vezes nos querem fazer crer as notícias de uma riqueza duvidosa, mas vistosa,  capa de muitos jornais,  continuo convencido de que a honestidade e a verticalidade compensam...

Tá?!...

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