segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Ouvem-se tambores ao longe....

 Sim, para quê tanta montanha de amedrontadas desilusões, e de vãs esperanças ?...
No meio de tanta folha,  encadernadas cuidadosamente em blocos espiral,  contam-se já muitas histórias e historietas que temo possam vir a perder-se na azáfama de uma pressa que orienta os dias de todos nós.

Como um exército de letras,  alinhei os cadernos para uma foto de família. Ordenado,  parecem fazer lembrar um pelotão militar desfilando ao som de tambores e trompetes. Cada letra,  cada palavra e frase parecem aguardar pacientemente por um Leitor curioso. Posso imaginar  um arqueólogo do ano 3.000  a descobrir tais escritos,  imaginando apenas o que ia na cabeça de quem os compôs,  aturdido com tanto palavreado na altura com pouco menos de mil anos de calma espera por alguém que as juntou, misturou e voltou a misturar.







Exposto para a posteridade,  olhando o futuro  por natureza incerto,  deixo esta prova da minha existência materializada,  para o que der e vier,  em  grossos volumes,  os quais antevejo podem vir a ocupar  um espaço próprio,  quem sabe numa biblioteca de histórias perdidas.



A verdade é que nem sempre á fácil reconhecer o fio que teceu  tão longa meada. Longos vão os dias e as noites que teimei em não dormir,  ansioso por escrever mais umas quantas palavras antes  que estas se desvanecessem no frio das noites que nos envolvem. E pergunto: para quê tudo isto ? Alguém,  para além do já citado arqueólogo, irá  dirigir o seu olhar para tão original obra ?



Tá?!....

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