segunda-feira, 2 de março de 2015

O bom senso familiar...

Há uns dias  atrás,  num dos muitos momentos solitários a que me vejo forçado,  pude assistir a um spot publicitário de uma rêde de telecomunicação em que as pessoas,  personagens do dito, se encontram num casamento, cada um agarrado  ao seu telemóvel, sem ligar patavina à cerimónia que supostamente deveria decorrer. Devido às minhas limitações auditivas não percebi muito bem o sentido da coisa,  parece apenas que é suposto ser mais importante estar ligado sabe-se lá com quem do que prestar atenção  a quem está fisicamente a nosso lado. Esta mesma  rede de telecomunicações parece,  aliás,  ter decidido seguir uma estratégia de apelo ao consumismo a roçar o absurdo. Lembro-me também  de uma outra publicidade em que duas crianças brigavam sem que os Pais,  aparvalhados perante a situação,  soubessem o que fazer. Em vez de presentear  cada uma com o velho e antiquado par de estalos e o proverbial "Estejam  quietas e caladas...!!!" o paizinho,  dotado de capacidade de iniciativa de uma lesma, decide antes oferecer um telemóvel a cada uma.


Que raio de mensagem é esta ? Esqueçamos o mundo real,  esqueçamos as pessoas, em geral, e a Família, em particular, e abracemos um mundo estéril e artificial, onde não existem valores, onde a amizade é medida pelo número de vezes que clicamos sobre uma fotografia e onde nada é o que parece ? Um mundo onde é criada a ilusão de que todos podem ser famosos e que isso significa riqueza, apenas pelo facto de serem mais idiotas do que o comparsa da cadeira do lado. Para mim,  é caminhar em direcção ao abismo civilizacional.

É  normal e bom, uma birra de vez em quando...
Nos meus passeios pelo Shopping da zona é estranho,  pelo menos para mim, ver quantas vezes as crianças,  que já parecem ter tudo, continuam a repetir a palavra "QUERO...".Pior ainda,  é ver os Paizinhos cederem, sem discutir, aos caprichos dos rebentos e fazer a sua vontade...

Somado a tudo isto temos a crueldade do mundo da publicidade que apela a um consumismo cego, a ter mais, maior e melhor do que o vizinho. Nem que para isso seja, muitas vezes, necessário penhorar anéis, pulseiras e, quem sabe, até a própria honra.

Gostava apenas que as gerações mais novas não esquecessem o que realmente interessa: Um dia,  quando todas as baterias se esgotarem,  restará o mais importante -  os Amigos que estão a nosso lado e,  o mais importante de tudo, o convívio  com a FAMÍLIA ...


Tá?!...

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