segunda-feira, 23 de março de 2015

O formigueiro...

A trabalhadora formiga...
As  formigas são animais extraordinários. Durante a Primavera e Verão estabelecem  colónias e prosperam de forma organizada,  graças a uma notável inteliegência colectiva. Embora  sejam seres individuais a colónia funciona como um único organismo,  em que todos trabalham em  beneficio comum,  defendendo a sua propriedade e a sua descendência com unhas e dentes.

No caso de ataque a uma formiga individual esta liberta substâncias químicas que  são detectadas pelas restantes,  as quais são assim avisadas do perigo iminente. Seguidamente a colónia organiza-se  no sentido  de proteger o formigueiro e a preciosa prole que guardam e alimentam cuidadosamente, emitindo também elas  sinais químicos que permitem reagir de forma organizada.

Durante os meses quentes,  tempo de abundância, armazenam  reservas alimentares que permitem a todos sobreviverem nos meses mais frios,  em que a disponibilidade de alimento poderá ser menor e em que as temperaturas não convidam a passeios  no exterior.

Olho para as formigas e tento fazer o paralelo com a sociedade dos homens, mas, a bem dizer,  cada vez menos encontro semelhanças. Enquanto a  formiga  privilegia o grupo/família em detrimento do individuo,  a sociedade humana cada vez fomenta mais a individualidade  com prejuízo da comunidade. Apesar da ilusão de redes sociais digitais,  telefones e computadores que nos permitem contactar rapidamente com quem desejamos,  a verdade é que estamos cada vez mais sós, sentados tristemente  em frente de um pequeno rectângulo iluminado. Rareiam cada vez mais as reuniões de família,  o verdadeiro convívio fraternal, bem como o reencontro expontâneo com velhos amigos. Parece tudo muito artificial,  forçado por agendamentos online, via Internet,  de ajuntamentos a que todos tencionam ir mas onde,  na verdade,  ninguém comparece.

Ao contrário da inteligência colectiva que é um formigueiro,  a comunidade humana parece formar uma ignorância colectiva,  em que ninguém parece saber,  verdadeiramente para onde vai,  de onde vem e qual o seu papel  nisto tudo. Andamos todos que nem baratas tontas sem sabermos muito bem para  onde nos virarmos.  Ainda por oposição às formigas,  que trabalham continuamente para o bem comum,  o "formigueiro" humano é cada vez mais um amontoado de percevejos gananciosos e egoístas,  sedentos de sangue. A perspectiva de uma riqueza ilusória,  fomentada por uma propaganda manipuladora,  geradora de mentes vazias e ignorantes,  produzem espécimes intelectualmente  inférteis,  incapazes de se aperceberem da armadilha em que caíram.

Às vezes  sonho com o dia em que tudo vai ser diferente, o dia em  que cada um é importante para todos,  o dia em que a verdadeira amizade,  não a amizade virtual dos computadores,  une de novo os Amigos,  vivo em antecipação o momento em que somos todos importantes mas nenhum mais importante que o outro...


Formigas  denominadas "Quissonde", existentes em Angola,  que muitas vezes invadiam  o meu quintal, quando vivia em Luanda- Eram muito barulhentas..e davam muitas picadelas. dolorosas.
Era África....

Tá?!....

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