quinta-feira, 8 de março de 2012

O pintainho e a girafa...

Resta-me ainda algum sopro de vida,  mercê de uma vivência -  a caminho dos noventa -   repleta de episódios equivalentes a uma fortaleza que tem muralhas altas e baixas, e, neste contexto, vai mais um episódio relevante.

Em ambiente tempestuoso, mercê de climas que se viveram, já a alguma distância, proveniente de "descolonizações", também se desenrolaram  episódios com alguma  ausência de animosidades.

Estava já enquadrado na equipe de trabalho,  no Banco Pinto  & Sotto Mayor, em Moscavide, ja la vão longos anos, quando fui convidado tanto pela Gerência como pela Administração do Banco, para ir ocupar um lugar deixado em aberto por um Gestor financeiro numa empresa em que o Banco  possuía a maioria das Acções - a " Nacional Rádio", na Cruz Quebrada, Lisboa, empresa distribuidora de material eléctrico e electrónico.

Na manhã em  que  fui confrontado com as  minhas  novas  acomodações laborais, fiz saber que qualquer Trabalhador que me  quisesse falar, não precisaria, como antes,  e a partir daquela altura, de se munir de licença  antecipada para entrar no luxuoso gabinete, com  que se me deparara...

As funções então desempenhadas ao longo de meses, mereceram a total  amizade e cooperação por parte de todo o Pessoal que trabalhava na Empresa, ao ponto de terem feito um abaixo assinado, contestando a minha saída, decidida pela  Administração do Banco, com o  fundamento de que havia outros Bancários com mais direitos do que eu, para  ocupar a "vaga" deixada pelo ex-funcionário  da Nacional Rádio (director da empresa, que por razões "especiais" fora destituído...).

Regressado, após algum tempo, ao meu antigo posto no Banco, em Moscavide, a Comissão de Trabalhadores ao tomar conhecimento que o principal argumento submetido por Alguém , na hierarquia bancária, era de que eu estava a beneficiar de um  "chorudo" ordenado, em detrimento de outros, que se  julgavam com mais direitos, então apresentei o recibo do " grande" ordenado que me pagavam. Ao verificarem que os  ESCUDOS que eu vinha recebendo pelo meu trabalho eram quase equivalentes ao... SALARIO MÍNIMO  NACIONAL...

 A partir daí, inverteram-se, então, as situações,  e foi a própria Comissão de Trabalhadores que, alegando que, afinal,  eu fora  vítima de uma  VERGONHOSA exploração,  tomou providências... cujo resultado desconheço, dado  ter entretanto sido transferido para  a agência de  Matosinhos, área do Porto.!

E a vida continuou...

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