Hoje, por volta da hora do almoço, vi um bloco noticioso, na RTP, em que era noticiado um novo investimento português em terras angolanas. Um grupo de investidores irá construir um Infantário destinado a crianças filhas e filhos de portugueses a trabalhar em Angola.
As imagens difundidas mostraram um espaço com, de facto, muitas crianças mas, curiosamente, ou nem por isso, todas de raça branca.
Veio-me à ideia a possibilidade de algum tipo de discriminação com base no tom de pele. Nos dias de hoje não será muito aceitável. Os tempos do "apartheid" já terminaram. Para além disso, procurar o conflito onde não existe, não faz qualquer sentido.
Não creio que a intenção seja de facto assim. Será natural que num espaço onde se encontram crianças filhas de portugueses, brancos, sejam também essas crianças de raça branca. Estou certo que se a situação assim o determinar, também crianças de nacionalidade angolana, com uma cor de pele um pouco mais escura, serão naturalmente aceites no novo infantário.
O meu medo é que algum louco, cego pelo preconceito, ensurdecido pela estupidez e incapacitado de pensar por todas essas razões, decida, com violência, que é hora de acabar com uma discriminação que afinal nem existe. E aí, quem mais perigo corre são as crianças, inocentes apanhadas no turbilhão de irracionalidade de adultos incapazes de lidar com os seus próprios receios. E essas, as crianças são quem temos que proteger, pois são elas o nosso amanhã...
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