sábado, 3 de agosto de 2013

"Para quem sabe ler um pingo é letra.."...

Recordo que li em tempos, em  jornal periódico, que  o proverbio  popular, acima " Para quem sabe ler um pingo é letra", significa que as pessoas cultas e  sagazes percebem com facilidade as maiores sutilezas.

Neste contexto, é perceptível o  mesmo sentimento de saudade,  igual  ao que   Luís Vaz de Camões poetizou  nos seus  " Lusíadas",  quando vi partir,  a meu lado, e há relativamente  pouco tempo,  o que mais adorava  e amei em toda a minha vida- a minha santa  Mulher, Alvarina Teresa,  que Deus chamara à Sua Presença, decorridos  sessenta anos de  uma celebração nupcial, religiosa,  efectivada   em Luanda- Angola.

" Alma minha gentil,  que te partiste
Tão cedo desta vida,  descontente,
Repousa lá no Céu eternamente
E viva eu cá na terra sempre triste.

Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste

E se vires que pode merecer-te
Alguma cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,

Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou ". 


Embalado por estes lindos versos, admiravelmente reconhecidos ,  tal como as celebres Pirâmides do Egipto, sempre que pactuo, directamente,  com algo que me faça recordar  as maravilhosas obras de "crochet", que por Ela eram, pacientemente,  trabalhadas,  fico emocionado, como, por exemplo,  num simples lenço  de assoar, com a sua habilidade , "costurou"  a letra "A"  em  dedicação ao seu "maridinho" Armando, o que significa, agora,  para mim,  um simbolismo perpétuo...

Simples lenço de assoar
Tá?!...

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