quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Estonteante...

No nosso dia -a-dia, enquanto vivos, cruzámo-nos  muitas vezes, no passado,  com Amigos,  que só muito mais tarde é que nos tornamos a ver de novo, por vezes até, casos  em que  são  decorridos, quarenta, cinquenta anos, ou até  mais.

Há dias, numa  visita ao Cemitério , onde me desloco frequentemente , afim de renovar as flores com que   homenageio , saudosa mente,  a minha  querida Mulher, que ali repousa, em Paz,  há já algum tempo, ao aproximar-me da viatura, que, cá fora, me transportaria  à minha residência,  senti   que alguém me interceptara, coxeando, e com uma voz já "desgastada",   se me dirigiu , perguntando se eu já não me lembrava do (omito o nome)  que  ia com ele à  caça das " pacaças," em Angola .

Desenrolada  a minha  frágil "mioleira", por fim la consegui reconhecer  um dos meus  velhos  e antigos companheiros, que formaram   (tosse...) o Grupo dos melhores caçadores, na selva  angolana.  Reconheci-o, pela forma  do  pestanejar,  que sempre foi muito trémula e esquisita.

Pergunta, após pergunta, vim a saber que esse velho Amigo, também ficara viúvo, mercê de uma emboscada  que lhe tinham preparado, na qual a Companheira fora morta, mas que para  ele não fora  importante o  "desaparecimento"  da  sua  Mulher.  

" Não me fez grande  diferença  ter  morrido"  desabafou  o Colega-Amigo !...

Formas antagónicas de sentimentos... Maneiras de ver ! (pensei eu, cá para comigo...)

Pois, Amigo, eu penso e sofro  de forma totalmente  diferente da sua, e vou-lhe expor  o porquê...

E, de uma forma directa , fiz-lhe sentir,  que  na  minha  mente ficara  impregnada , para sempre, uma  eterna saudade por ter  presenciado, precisamente  a meu lado, o vazio do seu olhar, profundamente esbranquiçado, no exacto  momento em que Deus  chamara  a minha saudosa  Alvarina  Teresa, à sua Divina Presença , no Céu..


E mais... no meu  dedo apropriado,  em 12 de Dezembro de  1953, no altar de Nossa Senhora, na Igreja do  Carmo , em Luanda,  coloquei  o anel de aliança,  vindo da mão da Esposa querida,  e solenemente, pronunciei o seguinte juramento , que cumprirei, até que  uma falha no meu  coração encerre  de vez a vida...

"Juro ser fiel, amar e respeitar na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias na vida até que a morte nos separe."




E ambos colocámos, reciprocamente, e sob o mesmo juramento,  as Alianças douradas,  que Deus abençoara, no acto solene da nossa União.

                                        (sobreposição de imagens )

Pose, após a saída da Igreja. ***  Noivos,  Família,  Padrinhos e  Convidados.


:Tá?!
















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