segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Haja um pouco de decoro e decência...



Não é no sentido de desprestigiar ou  desvalorizar as empolgantes e impressionantes obras literárias de  autoria de de um prestigiado escriba português, de Lisboa.

Há dias, ao entrar numa livraria de Olhão, a qual visito amiúdes vezes para satisfazer a minha curiosidade por novidades do campo literário, dei de caras, em lugar de destaque e à entrada da loja as obras acima demonstradas. Fiquei surpreendido pela linguagem  utilizada. É verdade que cria impacto e deixa um possível leitor a pensar "...que raio é isto ?...", servindo para "capturar" eventuais clientes de ocasião. No entanto questiono se o uso de tal linguagem seria realmente necessária, se não seria suficiente a qualidade da escrita pela qual o Autor é reconhecido. Por outro lado, admitindo a legitimidade do uso deste palavreado, pergunto se não seria aconselhável remeter tais obras para uma zona mais recatada da loja, longe do olhar sempre curioso das crianças inocentes ? ...

Noutro tempo tais obras, com os títulos sugeridos e sugestivos, seriam banidas. Não pretendo advogar a censura,  apenas questionar a banalização do uso de linguagem manifestamente ofensiva, ainda que em contexto literário, exposta aos olhares de quem não sabe e não percebe o seu significado. Cada macaco no seu galho, cada banana no seu cacho.

Possivelmente a perda dos valores e da noção do que é certo e errado, do que podemos ou não fazer e de quando o podemos fazer, leva muita gente a não dar importância a estes pequenos grandes detalhes. Numa época onde se fazem orçamentos para avaliar uma vida humana, onde se valoriza a indiferença e em que o banal é rei, é fácil perder o norte relativamente ao que é razoável.

Sei que, mais uma vez, vou ser apelidado de reaccionário. Mas nada posso fazer. Limito-me a reagir (daí o reaccionário) quando vejo algo que contradiz aquilo em que acredito e os valores pelos quais fui educado e que, até prova em contrário, são os mais correctos.

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